- Evidenciador ,
- 23 out 2025
A política de Osvaldo Cruz vive dias movimentados. O pedido de licença do vereador Bruno Rebeschini, protocolado na última terça-feira (22), acendeu um alerta nos bastidores do Legislativo e despertou questionamentos sobre os rumos políticos do município.
Rebeschini, em seu segundo mandato consecutivo após ter sido reeleito em 2024 com 345 votos, não explicou publicamente os motivos de seu afastamento. Fala-se em um possível convite para assumir cargo no Executivo, mas nenhuma fonte oficial confirma a informação.
Com sua saída, quem deve assumir a vaga é o primeiro suplente do MDB, Homero Massarente, atual secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente e ex-presidente da Câmara que recebeu 305 votos no último pleito e já exerceu mandatos anteriores no Legislativo.
A troca, por si só, não seria algo fora do comum. No entanto, o momento escolhido para a mudança levanta um debate inevitável:
seria essa uma reorganização natural do cenário político ou uma articulação estratégica mascarada, diante das recentes pressões enfrentadas pela atual administração?
Denúncias na Câmara aumentam a tensão
Coincidência ou não, o pedido de licença do vereador ocorre justamente uma semana após quatro denúncias de improbidade administrativa serem protocoladas na Câmara Municipal de Osvaldo Cruz contra a prefeita Vera Lúcia Alves e o vice-prefeito.
As denúncias foram assinadas pelos presidentes dos diretórios municipais do PSDB, União Brasil, Republicanos e PL, partidos de oposição, e protocoladas na secretaria da Câmara.
Os documentos abordam diferentes situações que, segundo os autores, configurariam irregularidades na administração pública. Entre elas, o abandono do Estádio Municipal Breno Ribeiro do Val, símbolo esportivo da cidade que estaria em estado de deterioração; o descumprimento de leis municipais sobre o plano de carreira do magistério; e uma denúncia contra o vice-prefeito, acusado de acumular função pública, o que é vedado pela legislação.
Há ainda um quarto documento que aponta o não atendimento de nove requerimentos oficiais da Câmara, interpretado como falta de transparência e desrespeito ao Legislativo.
As denúncias seguem agora para análise da Câmara Municipal, que deverá avaliar se há indícios suficientes para abertura de processo de investigação.
Em um momento em que a cidade enfrenta discussões importantes sobre gestão pública, transparência e representatividade, a coincidência entre a troca de cadeiras no Legislativo e a avalanche de denúncias contra o Executivo desperta um sentimento comum entre os cidadãos: até que ponto o interesse político se sobrepõe ao interesse público?