- Evidenciador ,
- 19 nov 2024
Algo muito comum não apenas no entretenimento, mas na mídia de forma geral, incluindo as digitais, é a vanglorização da vida perfeita e sem erros, onde todos são felizes e nenhum empecilho faz parte do dia a dia. Sabemos que grande parte disso é mentira e que muitos escondem suas inseguranças com medo da forma como seriam vistos pelos outros e até por si mesmos.
Mas quando essa bolha da perfeição é furada e nós podemos ver pessoas que acompanhamos, que admiramos, como pessoas reais, semelhantes, a experiência fica muito mais interessante e a conexão ainda maior. E por que estou falando disso tudo afinal? Simples, a Taylor Swift lançou um álbum, uma das músicas retrata essa vulnerabilidade e isso me inspirou a escrever um texto sobre o assunto.
Em anti-hero Taylor relata as incertezas sobre si própria, cantando de forma leve e até um pouco cômica, sobre tudo o que lhe incomoda e que de certa forma ela precisa aprender a conviver com. Provocando identificação instantânea em milhares de fãs, a música se tornou rapidamente queridinha de todos, principalmente por mostrar um lado de Swift pouco visto pelos fãs, uma vez que a cantora possui uma vida privada longe dos flashs e revela apenas o que é necessário.
Essa não é a primeira vez que vemos artistas falarem mais abertamente sobre si em músicas, intérpretes como Billie Eilish, Manu Gavassi e The Weeknd também já usaram de suas capacidades líricas para falarem sobre medos, traumas e doenças que os acometeram em algum momento de suas vidas, tornando a experiência de ouvir a música em algo real, algo a qual podemos nos identificar.
E não é apenas na música que isso ocorre, no cinema é muito comum que diretores façam filmes inspirados em suas vidas, retratando por meio de falas, cenários e símbolos, momentos de vulnerabilidade e incertezas, criando obras que repercutem por diversos públicos e trazem uma das coisas que mais me agradam no cinema, a vida cotidiana.
Em um mundo de tantas mentiras é lindo ver pessoas usando sua arte como um caminho para falarem sobre questões que estão presentes em nossas vidas, sobre assuntos que evitamos até com quem mais confiamos por receio de estar incomodando, de estar falando demais. É por meio da associação que conseguimos encontrar semelhantes e construir relações sinceras e com pessoas que estão ali realmente por você, então quando a música, o cinema e até os livros trazem isso em sua composição, provando que todos somos seres humanos, tudo fica mais autêntico, mais genuíno.
Taylor Swift mostrar para jovens e adultos que está tudo bem não estar sempre bem, sendo uma das maiores artistas do mundo, dá margem não apenas para a auto aceitação, como ajuda a terem noção de que talvez seja hora de mudar a situação, ao menos tentar, buscando soluções que talvez sejam simples, mas não vistas.
A arte é uma das melhores maneiras de se expressar, mas também de assimilar, de compreender, e quando ela é usada para o real, para o que faz parte das nossas vidas, ela fica maior e mais forte do que nunca.