- Evidenciador ,
- 02 dez 2024
Foto: 'John Carder Bush'
Nos últimos anos vimos se tornar comum que uma música de 10, 20, 30 e até 40 anos atrás volte a fazer sucesso e figurar os charts musicais graças ao poder da viralização. Muito influenciadas pelas trends do TikTok, as pessoas descobrem algo que há anos estava de fora do mainstream, fazendo de tal música e até álbum, um sucesso novamente.
Artistas como Madonna e Olivia Newton-John são exemplos de musicistas que por muito tempo não emplacavam um sucesso nas paradas e, através de seus trabalhos já lançados, voltaram a figurar posições importantes nas mesmas. Há inclusive quem não é muito fã de todo esse sucesso, pois como já vi algumas pessoas dizendo, estão tornando ‘comum’ trabalhos que deviam ser apreciados como obras de arte.
Contudo, um pouco longe do TikTok e das redes sociais em si, um caso me chamou a atenção nesses dias, pois uma música de mais de 30 anos voltou com tudo não apenas para as paradas, como para um público que jamais teve contato com a mesma. A música em questão é Running Up That Hill (A Deal With God) da cantora inglesa Kate Bush, que longe da mídia e do público há anos, voltou com tudo para os assuntos mais comentados do momento. https://www.letras.mus.br/kate-bush/262489/
Tudo começou quando o sucesso de audiência - Stranger Things, utilizou a música em questão em uma cena chave da nova temporada da série, fazendo com que as pessoas começassem a procurar mais sobre o som escutado. O que não esperavam, é que não apenas trouxessem a música com tudo de volta a vida, como fizessem dela um sucesso novamente, chegando a figurar posições mais elevadas nas paradas do que em seu lançamento original em 1985.
Essa ‘ressuscitação’ de Bush nos faz pensar sobre como músicas bem construídas não apenas se tornam imortais, como abre uma discussão a respeito dos inúmeros trabalhos que deixados no passado, ainda são capazes de sobressair lançamentos e artistas atuais, formando uma geração que através da nostalgia e redescobrimento, trazem de volta o que jamais deveria ter ido.
Além disso, esse poder que os materiais antigos ainda possuem sobre as pessoas revela uma questão que há um certo tempo vem sendo apontada por especialistas no assunto, os lançamentos atuais estão cada vez mais obsoletos, ou seja, existem prazos para serem um sucesso, sendo fadados ao esquecimento logo depois. Chegaram a pontuar que isso se dava ao tamanho das músicas, encurtando as mesmas a fim de obter melhores resultados, o que já caiu por terra, caso contrário, uma música de mais de 5 minutos, lançada em 1985, não estaria obtendo mais de 6 milhões de reproduções diárias apenas no Spotify.
É incerto dizer o que nos aguarda no mundo da música daqui para frente, ainda mais com tantas surpresas e reviravoltas ocorrendo a todo momento. Contudo, eu tenho certeza de que músicas que contam histórias voltarão a ser mais frequentes em nossas playlists, e podemos agradecer alguns artistas por isso.