- Evidenciador ,
- 19 nov 2024
Cantora, atriz, dançarina e também compositora. Qualificações que Tuane Cristina Queiroz de Toledo conquistou durante seus anos de carreira. A jovem de apenas 26 anos é formada em Licenciatura em Música e possui diversos cursos, com profissionais que fizeram formação fora do país.
Fez aulas de técnica vocal entre 2014/2015. Em 2016, descobriu o Teatro Musical e fez seu primeiro curso da Broadway. Já em 2017, interpretou a personagem Macabéa na peça “A Hora da Estrela”. Em 2018 foi fez outro curso da Broadway em Brasília. Depois disso, voltou para Osvaldo Cruz e fez o Teatro Mamma Mia da Casa de Artes Elis e se prepara para o “Um Sonho a Mais não faz Mal”.
Em entrevista exclusiva ao Evidenciador, Tuane contou um pouco sobre sua trajetória e como lida com a área artística.
O EVIDENCIADOR – Há quanto tempo você trabalha com música? E com atuação? E de onde surgiu a vontade para a música e atuação?
TUANE TOLEDO – Me envolvo com a área artística desde os cinco anos. Comecei com violino e depois fui me inserindo no teatro e na dança. Tive influência, pois, meu pai é radialista, então estava sempre envolvida com música o tempo todo. Me vi nessa situação; até o momento que decidi fazer isso da minha vida. Escolhi a área da música, me formei e já entrei atuando como professora aqui em Osvaldo Cruz. Apesar de ter a veia artística, precisei estudar muito. E eu sempre agradeço aos meus mestres, Cíntia Fersi (canto), Marcus Andrade (teatro) e Renata Fernandes (dança) que me incentivaram e ajudaram. Não nasci cantora, eu era afinada. Existe essa diferença, porque tudo a gente consegue lapidar. Às vezes, a pessoa tem o dom, mas se ela não praticar e estudar, não vai crescer muito. Vai do interesse de cada um. Não dá para só contar com o dom e talento. A gente precisa estar com a mente aberta e saber que sempre tem algo a aprender.
EV – Sempre sonhou em ser atriz? Como foi isso para você?
TT – Desde sempre. Todo mundo falava que não tinha possibilidade de eu fazer mais nada na minha vida. A única coisa que me pegou, foi quando tive que decidir se ia para música ou teatro, porque até então, eram duas coisas separadas, dentro da área artística. E foi nesse momento inclusive, que descobri o Teatro Musical, que junta todas elas e eu me senti muito feliz e à vontade, pois, poderia usar tudo aquilo que eu havia aprendido e juntar todas essas vertentes artísticas. Porque no Teatro Musical, fazemos as três coisas: dança, canta e atua, então precisa ser uma artista completa, ele pede isso.
EV – Como você lidou ao trabalhar com o Teatro Musical, onde une três formas artísticas?
TT – Apesar de eu ter conhecimento das três áreas, eu era limitada por exemplo, na dança. É uma consciência corporal, porém eu não sou uma bailarina, então, já é um ponto que tive que praticar. Então, o meu lado atriz era mais desenvolvido, porquê tinha estudado por mais tempo. Hoje eu analiso e vejo o lado cantora e atriz páreo a páreo, porque tive que correr atrás e tentar igualar isso. Também fui atrás para desenvolver esse lado cantora, mesmo que o lado atriz quisesse se sobressair. Porque querendo ou não, é um teatro e a interpretação é de extrema importância. Não adianta nada você cantar muito bem, se você não tiver um bom lado interpretativo.
EV – Sempre morou em Osvaldo Cruz?
TT – Sim, passei um período em Presidente Prudente e Álvares Machado, mas foi apenas por uns dois anos.
EV – O que a música representa para você?
TT – É a minha vida. Eu falo que não só a música, mas a arte como um todo. Tudo eu faço cantando, desde sempre. Na escola, estava escrevendo a matéria e estava cantando. E as pessoas vinham perto de mim e pediam para eu continuar. É o que costumo dizer; é o que eu faço da minha vida, não sei ser outra coisa, não existe essa possibilidade para mim. Se eu tivesse que trabalhar com outra área, provavelmente transformaria ela em arte.
EV – E no palco, quando você pode fazer as três coisas juntas, qual o sentimento?
TT – Me sinto completa. Eu falo que o palco é a minha casa. Quando estou ali, me sinto eu mesma, sabe? E também posso ser quem eu quiser, porquê tenho a possibilidade de criar uma outra persona. isso que amo no lado da interpretação. E isso é incrível, adoro essa área, esse lado justamente por isso. Hoje, digo que estou em um nível profissional legal, consigo me desenvolver em todas as áreas.
EV – Já ganhou prêmios? Quais?
TT – Ganhei um na área da atuação. Prêmio Kimera de Teatro de Fortaleza-CE em 2017. Passei dois meses por lá e fui atuar na peça “A Hora da Estrela” e interpretei a Macabéa, que é meu xodozinho de personagem. E foi ali que tive uma virada de chave, na minha profissão como atriz/cantora e foi bem desafiador para mim. Então, quando ganhei o prêmio, foi uma euforia e surpresa por que não estava esperando. Ainda mais por ser uma artista de São Paulo concorrendo com outros artistas do Ceará por um prêmio que é de lá. Teve todo um trabalho da persona, da dicção, tive que treinar sotaque. E eles verem que eu fiz uma boa atuação e consegui alcançar isso tudo, me deixou muito feliz. E foram dois meses fazendo somente isso: ensaio, criação de personagem, criação de texto, fazer entrevista, tirar fotos, enfim. Foi onde me senti à vontade em falar, nossa, eu quero isso para minha vida. Também ganhei um prêmio de Composição, onde fiquei em 3º lugar com uma música de minha autoria. Isso foi no Pai Nosso Lar em Adamantina.
EV – E além de tudo, você também é compositora. Como surgiu isso?
TT – Quando mais nova, era uma válvula de escape. Em 2016, foquei nisso e fiz algumas composições, mas guardei. Entretanto, minha família me incentivou a colocar isso para as pessoas verem, que era algo legal, porém, fico insegura, porque fala sobre minha vida, meus amigos, enfim. Fiz um show ano passado com músicas minhas e foi muito difícil porque é uma forma de abrir minha vida para as pessoas. E vem as dúvidas: se as pessoas vão gostar, entender. E essas que cantei, provavelmente não venderia, porque combinam com meu gênero musical. Mas são várias possibilidades que aparecem, entretanto, não dá para fazer tudo. Tem que escolher um caminho e ir tentando.
EV – Deixe uma mensagem, um conselho.
O primeiro é: não fique se cobrando demais. A nossa própria cobrança é o que pode quebrar a gente. Porque você deixa de fazer as coisas por achar que não está tão bom. E às vezes basta que a pessoa te veja naquele momento para que você tenha a oportunidade que precisava. Então, não deixe de fazer as coisas porquê não se sente preparado para aquilo. A gente precisa fazer, porque quem não é visto, não é lembrado, principalmente na área artística. Então é isso: se dedicar, estudar e estar pronto; pronto para isso, para dar a cara. Tenho muito que treinar ainda, mas estou aqui, disposto e disponível.