REDES SOCIAIS

Confira a coluna da semana do Jornalista Marcilio Felippe sobre o assunto.


As redes sociais permitiram que pessoas com interesses comuns se encontrassem e passassem a trocar informações, independente da distância geográfica. A grande dificuldade é que isso não permite aprofundar muito nos assuntos abordados. Há essa limitação, que a própria característica digital criou.

As relações que as pessoas desenvolvem e mantem é que fortalecem a esfera social. A própria natureza humana nos liga a outras pessoas e estrutura a sociedade em rede. Não dá para negar que a transformação digital mudou a forma de pensar e agir na sociedade.

E nesse ponto, não estamos apenas falando das interações entre pessoas, mas da maneira como nos relacionamos com as próprias marcas e empresas. O rompimento das relações unilaterais, levantou muitas questões sobre a liberdade de expressão e empoderamento.

Segundo dados da Social Media Trends 2018, 98,8% das empresas utilizam o Facebook como estratégia de marketing e isso inclui os brasileiros. Somos o terceiro país que mais acessa essa rede social, perdendo apenas para os Estados Unidos e Índia.

O Facebook não foi a primeira plataforma social. Desde 1994 que existem fóruns sociais na Internet, ou seja, redes que permitem exposição e troca de opiniões entre os participantes. Considera-se que a primeira foi a GeoCities.

Um pouco antes, existiam outras redes, como o Friendster, LinkedIn, hi5 e MySpace (todos em 2003). Mas foram o Facebook (lançado em 2004, com um alcance inicial restrito) e o Twitter (em 2006) que alcançaram a universalidade e a influência que os tornou como sinônimos de “rede social”.

Nos primeiros anos e dada a sua pouca influência, as plataformas eram vistas apenas como comunidades de pessoas que trocavam impressões, sem qualquer responsabilidade que não fosse a dos autores, ou seja, nenhuma. Isso mudou consideravelmente nos dias de hoje e tomou proporções gigantescas, com investimentos bilionários.

Só para se ter uma ideia da desproporção entre o alcance das plataformas e da comunicação social tradicional, o “The New York Times” estava com uma tiragem impressa de 443 mil exemplares, em 2019, e cinco milhões de assinantes digitais, em 2020. O canal BBC Internacional em 2019 teve uma média de 426 milhões de espectadores).

Ainda, só no Twitter em 2019, haviam 500 milhões de tweets diários de 330 milhões de contas, contra os 2,6 mil milhões de utilizadores diários do Facebook ou ainda as 300 horas de vídeos colocados no Youtube por minuto segundo dados de 2020.

O assunto é por demais abrangente nos dias de hoje. por isso vou me ater apenas ao Twitter e sua polêmica venda ao milionário Elon Musk.

O TWITTER

Jack Dorsey, cofundador do Twitter, falou pela primeira vez sobre a compra da rede social por Elon Musk.  Dorsey - que deixou a função de CEO da plataforma no ano passado - elogiou o caminho escolhido pelo atual presidente-executivo, Parag Agrawal, assim como as propostas de Musk.

Em uma sequência de posts em sua conta, Dorsey explica que ter transformado a rede social em uma empresa foi o seu maior arrependimento. "Em princípio, não acho que ninguém deve ser dono ou comandar o Twitter. Ele quer ser um bem público".

Segundo o ex-CEO do Twitter, após a rede social se tornar uma empresa e participar de negociações na bolsa de valores, a plataforma passou a ser "uma propriedade de Wall Street e do modelo de anúncios". Agora, com a compra de Musk, a companhia deve voltar a ser de capital fechado. "Ele é a única solução na qual confio. Obrigado aos dois, Musk e Agrawal por tirarem a empresa de uma situação impossível. Este é o caminho certo", escreveu.

Nessa passagem de mãos, há muitas dificuldades a enfrentar. Uma delas são os chamados “bots” (diminutivo de robot, também conhecido como Internet bot ou web robot, é uma aplicação de software concebido para simular ações humanas repetidas vezes de maneira padrão, da mesma forma como faria um robô.

“Desde junho de 2017, removemos mais de 220.000 aplicativos que violam nossas regras, responsáveis ​​coletivamente por mais de 2,2 bilhões de tweets de baixa qualidade”, disse o Twitter no mês passado.

Já houve alguma controvérsia depois que a rede social removeu um grande número de contas de bots suspeitas de seu serviço nesta semana. Ao fazer isso, a contagem de seguidores de alguns usuários foi reduzida. Os números parecem prejudicar particularmente os usuários conservadores que denunciam isso como crime.

Agrawal apontou que spam e bots são problemas sérios que todas as plataformas de mídia social enfrentam e, mais importante, são evolutivos e “dinâmicos”. “Os adversários, seus objetivos e táticas evoluem constantemente – muitas vezes em resposta ao nosso trabalho! Você não pode criar um conjunto de regras para detectar spam hoje e esperar que elas ainda funcionem amanhã. ”

No meio da notícia que mexeu com o mercado, muita gente usou a própria rede social para reclamar da negociação. O empresário Elon Musk, que neste momento é o homem mais rico do mundo, afirma que o Twitter deve preservar liberdade das pessoas se expressarem, sem censura. “As pessoas estão inseridas na sociedade por meio das relações que desenvolvem durante sua vida, primeiro no âmbito familiar, escola, trabalho e todas as atividades estão entrelaçadas hoje na internet” afirmou o milionário.

Autor da matéria: Marcilio Felippe

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