- Evidenciador ,
- 28 ago 2025
A educação municipal de Osvaldo Cruz ganhou um novo capítulo de tensão após a Prefeitura publicar, no dia 21 de agosto de 2025, a Portaria nº 9.725, determinando a abertura de um processo administrativo disciplinar contra uma professora da rede municipal e seu afastamento preventivo por 30 dias, prorrogáveis por igual período.
De acordo com o documento assinado pela prefeita Vera Lucia Alves, a decisão se baseia em “supostas infrações funcionais” relatadas em ofícios encaminhados à Secretaria de Educação. A medida tem como objetivo, segundo a nota oficial, garantir a ordem no ambiente de trabalho, a higidez do processo de apuração e a coleta de provas. A comissão formada para investigar o caso terá 60 dias para apresentar relatório final. Até lá, a docente permanecerá afastada de suas funções.
Antes da decisão, a professora havia se manifestado publicamente em transmissões ao vivo no Facebook, nas quais relatava as dificuldades enfrentadas pelos docentes da rede municipal, especialmente em relação ao projeto da hora-aula de 45 minutos.
Segundo ela, o problema vai além da duração das aulas e está relacionado à falta de planejamento na gestão da escola integral e às falhas no estatuto da categoria.
“O que houve foi uma atribuição errada das aulas. Isso gerou aumento de gastos com substituições, mas não porque trabalhamos menos, e sim porque a distribuição foi mal planejada”, afirmou em uma de suas falas.
A docente também defendeu que qualquer mudança na carga horária só poderia ser discutida após a reorganização do plano político-pedagógico e do estatuto, para não prejudicar professores e alunos.
O afastamento da professora repercutiu fortemente entre os educadores da cidade, mas não ficou restrito apenas à categoria. Pais, alunos e moradores organizaram um abaixo-assinado online em apoio à docente, sob a campanha #TodosComAProfessoraAndreia, exigindo o imediato cancelamento do afastamento, o fim da perseguição política contra educadores e a investigação de possíveis casos de assédio moral institucional na rede municipal.
No texto da mobilização, os organizadores afirmam que Andreia representa “a coragem de lutar por condições dignas de trabalho para todos os professores” e que sua dedicação “foi abruptamente desafiada por forças que deveriam fortalecê-la, não derrubá-la”.
O episódio trouxe ainda mais atenção ao embate entre docentes e administração municipal, ampliando os debates sobre os rumos da educação em Osvaldo Cruz. A decisão da Prefeitura gerou grande repercussão no município, mobilizando a comunidade escolar e provocando muitos questionamentos por parte da população.