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Do metrô ao aos arredores do Estádio de Lusail, o castelhano platense fazia do Catar, Buenos Aires. A plenos pulmões, milhares de argentinos entoavam os tradicionais cantos de amor à seleção, a Diego Maradona e a Lionel Messi nesta terça-feira (22). Nas arquibancadas e no campo, porém, o cenário mudou. A festa latina continuou, mas agora havia desafiantes à altura. As cadeiras da arena da final da Copa do Mundo foi dividida entre o azul da Argentina e o verde da Arábia Saudita. E no gramado reinou o improvável: vitória árabe por 2 a 1, de virada, pela primeira rodada do Grupo C.
O roteiro parecia desenhado desde o começo. A quase imbatível Scaloneta dominava as ações e impunha o ritmo de jogo num ambiente caloroso nas arquibancadas e no clima propriamente dito.
Logo aos dez minutos, Messi abriu o placar de pênalti. A Argentina continuou em cima e marcou mais três gols ainda no primeiro tempo, mas todos foram anulados por impedimento.
A volta para o segundo tempo modificou completamente a dinâmica da partida. Al-Shehri, aos dois minutos, e Salem Al-Dawsari, aos sete, viraram o jogo para os azarões, que conseguiram se segurar até o fim e protagonizaram a primeira zebra do Mundial.
Ao apito derradeiro, festa imensa dos torcedores da Arábia Saudita, único país que faz fronteira com o Catar. Aos argentinos, restou lamentação por ver a invencibilidade de 36 jogos cair justamente na Copa.
As seleções voltam a campo no próximo sábado. A partir das 10h, a Arábia Saudita encara a Polônia, no Estádio Cidade da Educação. Já a Argentina enfrenta o México, às 16h, novamente em Lusail.
O jogo
Superioridade, domínio da posse e muitas chances. A Argentina cumpriu à risca o script preparado para uma das favoritas ao título mundial contra uma equipe que tende a ser mera coadjuvante. Ou melhor, quase à risca.
Tudo começou muito bem. Logo aos 10 minutos do primeiro tempo, Messi deslocou o goleiro saudita e abriu o placar, de pênalti. O craque do PSG entrou na seleta lista dos que marcaram em quatro Copas diferentes.
A Scaloneta continuou melhor e chegou a marcar mais três vezes - uma com Messi e duas com Lautaro Martínez, mas todos os gols foram anulados por impedimento. O que poderia ser uma goleada seguiu como uma vitória simples.
Na volta do intervalo, o cenário mudou completamente. Aos dois minutos, Messi não conseguiu dominar uma bola no meio-campo. O lance seguiu e resultou no empate saudita, com Al-Shehri.
O clima do estádio virou a favor dos árabes. Sentados durante boa parte do tempo, os torcedores de verde balançaram o maior estádio do Mundial e empurraram o time para uma improvável virada. Aos sete minutos, Salem Al-Dawsari acertou a gaveta e marcou um golaço.
Dali em diante, a Argentina foi só pressão. O técnico Lionel Scaloni mexeu no time, que, com dificuldades, criou chances de empatar. Mas esbarrou na falta de pontaria e em grande atuação do goleiro Al-Owais.
Nos acréscimos, o arqueiro saudita acertou, sem querer, o joelho no companheiro Al-Shahrani, que ficou desacordado e precisou ser retirado de campo.
No fim das contas, nada mudou no placar: triunfo dos árabes e tristeza hermana.
