COLUNA | Lucas Maestrello

Apoiador

Uma pergunta: quando foi a última vez que você parou para assistir a uma das grandes premiações do entretenimento?

Em tempos não tão passados, era comum que amigos e familiares se reunissem para assistirem juntos a entrega de prêmios importantes para o cinema e a música, como o Oscar e o Grammy. Contudo, o que antes era uma noite de prestígio e até apostas entre fãs de determinado concorrente, caminha cada vez mais para se tornar um prêmio que mesmo almejado, já não é o ponto central de uma carreira.

Com o avanço dos streamings e das redes sociais, as pessoas não precisam mais de títulos para provar seu valor de mercado. Se antes para um ator ser considerado relevante ele precisava de uma carteira com filmes bem avaliados e prêmios consagrados, hoje em dia basta ele ter uma certa influência sobre o que as pessoas consomem, que ele já terá um grande apoio ao seu redor.

Outro ponto é que com os escândalos envolvendo grandes premiações, cada vez mais comuns, muitos artistas já não veem com os mesmos olhos o merecimento de tal honra. Um exemplo recente disso foi a polêmica envolvendo o cantor The Weeknd e o prêmio Grammy, onde após lançar um dos álbuns mais aclamados do ano, recebeu um total de 0 indicações na 63ª edição da premiação. Enfurecido com o ocorrido, realizou uma série de denúncias em suas mídias voltadas para os diretores da academia e a forma como agem injustamente quando não conseguem o que desejam, ganhando inclusive o apoio de outros companheiros de trabalho sobre suas palavras.

Recorrendo a fenômenos da internet e seus fiéis fãs, as premiações buscam por meio de aparições e até indicações, contornar sua desvantajosa situação e se manter relevante na indústria cada vez mais comandada pelo digital. Entretanto, mesmo com tal estratégia e prêmios celebrando artistas de fora do mainstream, suas ações ainda não são bem-vistas por grande parte do público, que clamam por melhorias e formas mais justas de avaliação, ressaltando diversas injustiças que ocorreram ao decorrer dos últimos anos.

Opinar sobre o destino que tais premiações tomará é complicado, pois mesmo em perda ainda possuem por trás o apoio de grandes investidores e conglomerados, se beneficiando destes investimentos para se manterem atuais. No entanto, é válido ter em mente que visto ao decréscimo de audiência observado nas recentes edições, talvez em alguns anos vejamos novos caminhos surgirem em meio ao que há décadas se mantém na mesma, buscando maneiras mais eficientes de se celebrar a arte, mas isso, só o tempo poderá nos responder.

Por Lucas Maestrello