Vereadores da oposição explicam pedido de CEI na câmara de Osvaldo Cruz para esclarecer compra de imóvel pela prefeitura


No dia 01 de dezembro de 2023, um grupo de vereadores da oposição formado por Roberto Amor Lhana, do PV, Ricardo Spada Bonfim, o Bitinha, do PSDB, Donizete filho do Pedrinho, do PSD, Carol Rossi do Patriota e Marta Murbach também do Patritota, protocolou junto a Câmara Municipal, um pedido de abertura de uma CEI (Comissão Especial de Investigação) para esclarecimentos sobre a compra de um terreno ao lado do distrito industrial Lino Ferrari.

O vereador Álvaro Belini, o Álvaro Cabeleireiro do MDB também esteve presente no momento do protocolo do pedido de CEI.

A compra foi feita pela prefeitura e esses vereadores pediram a CEI para esclarecimentos sobre alguns pontos.

O pedido foi protocolado e agora terá um prazo determinado no setor jurídico da casa de leis, para que posteriormente seja feita a abertura ou não dessa comissão.

A reportagem do Portal Metrópole de Notícias ouviu o vereador Roberto Amor que falou sobre o pedido.

“A principal motivação para o pedido foi o fato de estarmos no Sitio Nossa Senhora Aparecida, ao lado do distrito Lino Ferrari, conversando com a proprietária da área Dona Lucimar, onde foi dito a mim e ao também vereador Donizete, que a venda foi por R$ 2.500.000.00(dois milhões e quinhentos mil reais). Diante disso fizemos um requerimento, através da Câmara Municipal com o apoio dos vereadores Bitinha, Marta Carol, eu e o Donizete, com um questionamento a prefeita Vera sobre essa compra”, disse o vereador Roberto Amor.

Segundo ele, a resposta veio, dentro de prazo o que nos chamou mais a atenção foi o valor, onde a prefeita Vera respondeu que foi comprado o sítio realmente, no valor de R$ 2.600.000.00(dois milhões e 600 mil reais).

“É aí que existe a divergência, pois a vendedora fala em 2 milhões e 500 mil, enquanto a prefeita alega de pagou 2 milhões e 642 mil e 600 reais para ser mais exato, uma diferença de 142 mil reais, dinheiro público, dinheiro que temos que prestar conta, e isso foi o que me chamou mais a atenção”, comentou roberto.

O vereador Roberto disse ainda que nesta visita no sítio Nossa Senhora Aparecida juntamente com o vereador Donizete, foi questionado a proprietária da área se houve algum corretor, algum intermediario nessa compra e a resposta teria sido que sim. A vendedora do sítio disse que houve um corretor que é o vereador Adelino e que houve a corretagem paga por parte dela.

“Essa corretagem foi de 5% e ainda voltei a questioná-la sobre os valores e ela disse que o desejo dela era R$ 2.500.000.00 livres e isso eu consegui, ou seja, ficamos na dúvida se essa corretagem foi paga sobre essa diferença de valores no valor, o que motivou nosso pedido de abertura da CEI”, concluiu o vereador Roberto Amor.

A reportagem ouviu ainda Ricardo Spada Bonfim, o Bitinha que é corretor imóveis e questiona os critérios de avaliação do terreno que foi adquirido.

“Eu sou corretor de imóveis e eu entendo que um laudo de avaliação tem que ser feito em laudos distintos, e o laudo de avaliação desse imóvel adquirido pela prefeitura foi feito em um único laudo por três profissionais, sendo dois corretores de imóveis e uma funcionária pública do município. A prerrogativa de avaliar eles têm, mas o modelo vai contra o parecer e aconselhamento do tribunal de contas, com jurisprudência do Tribunal de Contas, e a prefeitura tinha ciência disso, porque no parecer das contas da prefeita de 2021, veio uma ressalva dizendo que em uma outra avaliação, de desapropriação, também tinha sido cometida a mesma situação, mesmo laudo com três profissionais avaliando”, disse Bitinha.

Segundo o vereador desta vez foi feita da mesma forma, o que causa estranheza, porque três pessoas avaliaram que a propriedade tem o mesmo valor, as mesmas benfeitorias, valem o mesmo valor, a propriedade teria o mesmo aproveitamento.

Na opinião do vereador Bitinha normalmente cada pessoa tem um pensamento, mesmo que de maneira leve, mas sempre uma pequena divergência e os tres profissionais avaliaram no mesmo laudo de avaliação.

O corretor citou ainda que foram usados imóveis das imediações como comparação que foram adquiridos, em melhor localização e com melhor aproveitamento, nas margens da rodovia, foram adquiridos por particulares, mas foram usados neste laudo de avaliação e por valores menores.

“O interesse público numa desapropriação é buscar o melhor valor para favorecer o município, pois as desapropriações que o município realiza normalmente é por valor venal ou valores no limite daquele abaixo do mercado, enquanto que o terreno comprado pela prefeitura foi avaliado por um valor maior do que duas propriedades particulares adquiridas nas imediações e por valores maiores, sendo que nesta mesma propriedade foi vendido a pouco tempo atrás um alqueire por R$ 250 mil reais, e localizado na melhor parte dessa propriedade , onde o aproveitamento desse citado alqueire é de 100%, aí , o município vai lá e as avaliações são maiores, é comprado por valores maiores, numa parte que não tem o mesmo aproveitamento, pois tem APP, tem desnível mais ao fundo em sua topografia e eles usaram nas avaliações , imóveis que serão na verdade demolidos”, disse o vereador Bitinho.

Diante de tudo isso podemos então a instauração de uma comissão especial de investigação, pois se trata de dinheiro público, completou o vereador deixando claro que ninguém está acusando ninguém, mas como gerou estranheza, queremos que tudo seja explicado.

Outro ponto questionado pelos vereadores é o fato de que a prefeitura não tomou posse do imóvel adquirido, está pagando por algo e não tomou posse.

O entrevistado disse que 10 a 15 dias antes da compra do imóvel, a prefeitura publicou um decreto de emergência alegando que está com problemas com as contas, cortando hora extra de funcionários, cortando transporte e vai depois comprar um sítio por R$ 1 milhão e 500 mil reais de entrada e depois o restante que ainda será pago, ou seja, qual é o parâmetro dessa emergência?...

Os vereadores integrantes desse grupo que protocolou o pedido de abertura da CEI, não param no âmbito da casa de leis do município, e estão enviando seus questionamentos também para o tribunal de contas do estado, para que ele analise possíveis falhas na compra desse imóvel, e também uma cópia para o ministério público, que no caso de uma eventual irregularidade pode instaurar uma ação civil ou até mesmo uma ação criminal.

A Reportagem do Portal Metrópole de Noticias procurou a Assessoria de Imprensa da Prefeitura que respondeu que não se manifestaria sobre o caso, pois não fala sobre algo que não está concreto.

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Fonte: Portal Metrópole de Notícias

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