Polarização eleitoral no Brasil está ‘cristalizada’, afirma cientista político

Datafolha indica que 70% dos brasileiros estão totalmente decididos na escolha do nome para comandar o Palácio do Planalto.


Foto: NELSON ALMEIDA / AFP - EVARISTO SA / AFP

Há poucas chances dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) e de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mudarem seus votos, o que inviabiliza o crescimento de uma “terceira via” eleitoral no país. A última pesquisa Datafolha indica que 70% dos brasileiros estão totalmente decididos na escolha para comandar o Palácio do Planalto. Já 66% dos que optam por votar em Ciro Gomes (PDT), terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, admitem que podem migrar para outro nome. O cientista político Rubens Figueiredo avalia que a polarização no Brasil está cristalizada.

“Desde maio, quando você soma o índice de intenção de voto espontâneo dos dois primeiros colocados, Lula e Bolsonaro, você percebe algo em torno de 65%, 70% dos eleitores, que, desde maio e junho, já escolheram seus candidatos espontaneamente. Isso é inédito. Nós nunca tivemos um número tão expressivo como esse. O segundo ponto é que, quando se pega a pesquisa estimulada, se chega a 75%, quase 80%, de eleitores que já escolheram seus candidatos e quando se pergunta ‘Você mudaria o seu voto? ’, cerca de 80% dizem que não. Se tem um voto muito cristalizado, se tem um voto já definido pelo eleitor. O eleitor declara que já escolheu e que dificilmente votaria em outro candidato”, explica Figueiredo.

O cientista político lembra ainda que os dois primeiros candidatos têm alta rejeição. Sobre as chances de haver uma terceira via na corrida presidencial, Rubens Figueiredo é contundente: “Se tem 75% que já escolheram seus candidatos e não vão mudar de voto, a maioria. Sobram 25%. 10% votam historicamente branco ou nulo. Então sobram 15%. Há o Ciro Gomes com algo em torno de 6%, 7%, 8%. Sobram 7%. Aritmeticamente não há como ter uma terceira via, porque o eleitor já definiu seus candidatos. O segundo ponto é que a terceira via não tem narrativa, não tem um discurso para apresentar para os eleitores, um discurso que seja sedutor, convincente”, afirma. Rubens Figueiredo diz que a polarização eleva os embates e a troca de farpas entre os principais candidatos.

 

*Com informações do repórter Daniel Lian

Autor da matéria: O Evidenciador
Fonte: Jovem Pan

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