Estamos entre a Materialidade e a subjetividade das coisas?

Veja ainda não está pacificada a questão de matéria e alma, assim como quem surgiu primeiro o pensamento ou a linguagem, a essência e a existência, a razão e a emoção?


O amadurecimento de uma sociedade se faz com conhecimento a partir de estruturas educacionais bem fundamentadas harmônicas com as pesquisas, aproximando assim as universidades, laboratórios irmanados, com propósitos voltados às inovações, diminuindo os achismos e distanciando de escolas salvacionistas superadas no tempo. 

Nos últimos 70 anos a neurociência tem avançado nos estudos dos cérebros, circuitarias neurológicas estudadas, facilitando o conhecimento de seu funcionamento, assim como sua anatomia, demonstrando sua plasticidade, assim como a integralidade funcional. 

Ainda insistimos no cartesianismo dicotômico, de uma linguagem binária entre os opostos, fundamentalmente no ensino repetitivo imitativo, prolongamento muitas vezes da extensão de seus ninhos conflitivos de forma substitutiva, atrasando oportunidades futuras,  acelerando desistências de aprendizes dos bancos escolares, porém insistem tratamentos homogêneos na condução de massificação de inteligências.  

Isto não quer dizer que tudo será explicado pela neurociência, apenas como ferramenta de pesquisas, dentro da sua dinâmica, desvelamento de uma visão transformadora, superando assim o absolutismo medieval que ainda interfere de forma direta no pensamento humano. 

Veja ainda não está pacificada a questão de matéria e alma, assim como quem surgiu primeiro o pensamento ou a linguagem, a essência e a existência, a razão e a emoção? 

Há muitas dúvidas seculares não respondidas, apenas divagações filosóficas, sociológicas, psicológicas, antropológicas, etc., do qual precisam ser respondido pela humanidade, herdeira da ontofilogenética em curso. A reflexão necessária para nos situar no tempo e espaço, diminuindo assim as distâncias entre realidades, fantasias, verdades e mentiras. 

Hoje muito na moda a verdade, inclusive com pretensões de uma justiça como departamento das verdades, punindo as opiniões, no admirável mundo novo de uma democracia decadente recheadas de desrespeito à constituição vigente. 

A Sociologia, uma ciência nova ainda em formação na sua ocupação de espaços, pretende através de teorias trazerem novas governanças, porém suas práticas não correspondem aos seus ideais. 

Assim como o Capitalismo, com suas várias vertentes é um processo, tendo o consumo à realização de lucros e prejuízos. Portanto, uma selva em disputa pelo domínio, poder, atualmente com foco, uma grande holding mundial para governar o planeta, porém tendo como foco o controle social, descaracterizando a cultura e a dissolução de alguns países, levando a máxima da massificação dos iguais. 

Estamos diante da fortuna versos virtude, distanciando-nos da natureza humana e sua história, pois a meta é eliminar a história com novas verdades, lembrando Maquiavel em seu livro o Príncipe cap. XVII apud Weffort (2011, p. 1919), “... os homens “são ingratos, volúveis, simuladores, covardes ante os perigos, ávidos de lucro””. Passíveis de controle, submissos, cumpridores de ordens estabelecidas por um governo forte centralizador.  

São atributos que nos trouxeram até aqui, alguns destrutivos, outros positivos, dependendo do seu tempo, sua época, assim como a moral transitória. Daí, a necessidade da história como fonte de aprendizado para adversidades que se repetem, assim nos preparar na prevenção do caos, diminuindo resultados destrutivos a natureza humana. 

Portanto, a fortuna deusa da prosperidade alcançada apenas por aqueles que continham a virtude, separando sua realização por aqueles que detinham tais valores de uma sociedade heterogênea. De forma individualizada, particular, singular estruturando a sociedade com seus valores essenciais, mas a razão não permitiu que assim transcorresse, pois está é condicionante, pensamento coletivista de uma sociedade homogênea de iguais. 

A subjetividade fica a esteira, assim como as emoções, pois são fraquezas humanas que nada contribui, pois está é heterogênea, incondicionante, valoriza o singular, particular, um olhar qualitativo a unidade. Portanto, o prejuízo foi grande para humanidade que se multiplicava como sociedade, objetivando assim o racional em detrimento do emocional a chamada metafisica colocada na prateleira do místico, ou seja, tudo a favor da materialidade concreta, culminado na morte de Deus. 

Muitas perguntas sem respostas a serem respondidas, daí a necessária reflexão sobre os temas, para que possamos nos situar em nossa existência, solidificando o humano como verdadeiro humano.  Mudar o olhar perceber-se das aparências, dificuldades ainda que prevaleça sobre nossa realidade em função da luminosidade difusa, saímos da caverna, porém as sombras da ignorância nos perseguem, apesar do nosso tempo existencial. 

Bibliografia 

WEFFORT, Francisco C.; Os Clássicos da política, Capítulo 2 de Maria Tereza Sadek, editora ática, Volume 1, São Paulo, 2011. 

Autor da matéria: Pedro Molina

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