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Crédito fotos: Jair Teixeira
Quando se fala em sanfona ou acordeon, o primeiro nome que vem à cabeça é Lidião. Nome conhecido em toda região, ele é um dos grandes instrumentistas na nossa época. Lidião ou Olídio, nasceu em José Bonifácio, Município da região de São José do Rio Preto. Depois se mudou para Guaraçaí, Município da região noroeste, perto de Andradina.
Em 1957, a família se mudou para Salmourão, para trabalhar na lavoura. Naquele mesmo ano, seu avô lhe deu de presente uma sanfona. Lidião ficou encantado com o instrumento. Nos primeiros acordes, já sentiu uma certa intimidade com o presente. Sem professor, é um autodidata. Aprendeu a tocar sozinho.
Porém, em 1960, teve que deixar o instrumento um pouco de lado. Seu pai comprou um caminhão e o colocou para transportar café, de Salmourão à Osvaldo Cruz. Levava café e voltada com palha para colocar na lavoura. Fazia isso várias vezes ao dia. Trabalhou neste serviço até 1963, quando arrumou um emprego em uma empresa de ônibus. Ficou até 1967, quando voltou para Salmourão.
Em 1973, resolveu se aventurar na área musical. Com os instrumentos todos comprados, formou o conjunto Os Tropicais, cuja primeira formação era composta por: Lidião: teclados, Ismael: guitarra e vocal, Zé Fortuna: contrabaixo e Valdir: bateria, Vanildo. Depois passaram: Genésio, Dezir, Dantas, Tenente Buga, Marcelo Demori, Marcos, Célia Barreto e Silas.
O primeiro baile aconteceu no Salão Paroquial de Salmourão. Os ritmos tocados eram rock e músicas lentas internacionais. Naquela época, as músicas brasileiras não eram bem aceitas. Cantores e conjuntos brasileiros usavam nomes estrangeiros para fazerem sucesso. Fábio Jr., Christian, Folhas e outros, eram daquele tempo.
Naquela época, compraram uma Kombi para viajarem e transportarem os instrumentos e equipamentos. Depois compraram um caminhão, que tinha que ser lonado todas as vezes que iam tocar em algum lugar da região. Pouco tempo depois, foi comprado um caminhão furgão.
Os Tropicais permaneceram em atividade até 1978, quando começou a novela Dancin' Days.
A partir daí, as músicas que eram tocadas em bailes eram do ritmo discoteca. Isto fez com que muitos conjuntos desaparecessem.
Em 1993, surgiu o Evidências. Com uma formação simples, o intuito era tocar, principalmente, em eventos de pequeno e médio portes. Os integrantes do conjunto eram: Lidião: teclados e acordeon, Fábio: teclados, violão e vocal, Marcos: bateria, trompete e vocal, Leandro: violão e vocal e Nidia: vocal. Já no Evidências, Lidião começou a trabalhar com os seus 2 filhos, Marcos e Fábio. Sem contar que o primeiro tocou no Tropicais. Esta formação foi até 1999, quando o Marcos foi tocar no Uns e Outros e o Helton Turqueto entrou para tocar bateria.
Se os Tropicais tocaram mais na região, o Evidências abriu as portas, de Panorama à Bauru e Presidente Prudente à São José do Rio Preto e outras regiões, além do sul de Minas Gerais e no Mato Grosso do Sul.
O Evidências acabou e surgiu a Banda Almanaque, em Dezembro de 2003, quando, depois de insistentes pedidos da saudosa dona Dalva esposa do Lidião e mãe do Marcos e do Fábio, foram arrebanhados alguns músicos do conjunto Uns e Outros. A formação inicial era: Marcos: bateria, Fábio: contrabaixo, Wilton (Junqueirópolis) guitarras, André Viana (Pereira Barreto): teclados, Leandro Barbosa : vocal e Tiago: vocal.
Esta formação perdurou por quase 10 anos. Nesse tempo, a banda tocou em todo o Estado de São Paulo e Minas Gerais e partes dos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Também nesta fase, o Lidião não participou da banda, pois o foco era rock e música jovem, sem muito espaço para música caipira raiz e forró. Felizmente, depois ele passou a integrar a banda.
Devido à pandemia, os últimos eventos foram no final de 2021 e início de 2022. Também, outra razão para a banda acabar, foi o falecimento da dona Dalva, vitimada pela Covid. Isto mexeu muito com todos.
Hoje, o Lidião, atualmente, se apresenta com duplas e trios da região, sempre tocando música raiz.
Lidião ainda tem esperança de que a banda volte a tocar. Isto é o que esperamos todos nós!
Créditos das fotos: Jair Teixeira